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quinta-feira, 30 de março de 2017

31 de Março Desencarnação de Kardec











O conforto dos afetos

Ele era um neurocirurgião famoso. Naquela tarde, a sua preocupação era com a cirurgia que realizaria logo mais.
O telefone tocou e ele não pôde se furtar a atender. Era uma senhora chamada Suzana, cujo marido morrera, depois de um ano e meio da descoberta de um tumor cerebral.
Agora era sua filha quem estava doente, com metástases cerebrais decorrentes de um câncer de mama.
Doutor, disse a mulher, quase atropelando as palavras, minha filha teve um sonho impressionante com o pai. Ele lhe disse que tudo ficará bem, que ela não precisa se preocupar com a morte.
Doutor Eben estava acostumado a ouvir coisas semelhantes de muitos dos seus pacientes. Na sua lógica, ele pensava que isso era produto da mente que estava fazendo o que podia para se tranquilizar numa situação insuportável.
Mas, acreditando que, quando um paciente está com uma enfermidade que pode levá-lo a óbito, suavizar a verdade é bom, não a impediu de se agarrar àquela pequena fantasia.
Portanto, somente comentou: Deve ter sido um sonho maravilhoso!
Mas Suzana não se deteve e continuou: Doutor, o mais incrível é como ele estava vestido: com uma camisa amarela e um chapéu Fedora!
Bem, Suzana – comentou o médico – acho que não devem existir códigos de moda no céu.
Não é nada disso, doutor. É que logo que começamos a namorar, eu dei para ele uma camisa amarela. E ele sempre a usava com o chapéu Fedora, também meu presente.
Mas a camisa e o chapéu foram perdidos em nossa lua de mel, onde nossas bagagens foram extraviadas. E nunca mais adquirimos algo igual.
Pacientemente, explicou doutor Eben: Tenho certeza de que vocês devem ter contado muito essa história do chapéu e da camisa para sua filha.
Do outro lado da linha, Suzana riu: É isso que é impressionante, doutor. Nunca comentamos. Era nosso pequeno segredo.
Achávamos que era um detalhe que poderia parecer ridículo para outras pessoas. Jamais conversamos sobre o desaparecimento desses itens.
Portanto, nossa filha não sabia nada a respeito.
E concluiu: Pois é, doutor, ela estava com medo de morrer. Agora, sabe que não tem nada a temer, nada mesmo. E está tranquila.
O médico continuou a ouvi-la, acreditando piamente que o que aquela mulher estava lhe relatando era uma fantasia criada pela dor.
No entanto, como a filha poderia criar na sua mente uma fantasia a respeito do que jamais vira seu pai vestir ou usar?
Em verdade, nossos amores, que estão na Espiritualidade, quando nos encontram nos sonhos, se apresentam com detalhes, exatamente para que os possamos identificar.
Podem ser detalhes tolos como uma camisa e um chapéu, de cuja existência a filha jamais soubera. Mas que a mãe lhe diria da realidade deles.
O mais importante nisso tudo: ele, que já transpusera os umbrais da morte, vinha lhe dizer que se tranquilizasse. Em síntese: quando ela partisse para o grande Além, ele a estaria aguardando.
Um reencontro de duas almas que se amam: pai e filha. Que conforto para ela, em estágio terminal, saber que o pai querido a aguardava, no aeroporto da Espiritualidade.
O amor não tem fronteiras, a morte não apaga os sentimentos.

Redação do Momento Espírita, com base no cap. 30,
 do livro 
Uma prova do céu, do Dr. Eben Alexander III,
 ed. 
Sextante.
Em 30.3.2017.

Ante o Divórcio


Toda perturbação no lar, frustando-lhe a viagem no tempo, tem causa específica. Qual acontece ao comboio, quando estaca indebitamente ou descarrila, é imperioso angariar a proteção devida para que o carro doméstico prossiga adiante.
No transporte caseiro, aparentemente ancorado na estação do cotidiano (e dizemos aparentemente, porque a máquina familiar está em movimento e transformação incessantes), quase todos os acidentes se verificam pela evidência de falhas diminutas que, em se repetindo indefinidamente, estabelecem, por fim, o desastre espetacular.
Essas falhas, no entanto, nascem do comportamento dos mais interessados na sustentação do veículo ou, propriamente, do marido e da mulher, chamados pela ação da vida a regenerar o passado ou a construir o futuro pelas possibilidades da reencarnação no presente, falhas essas que se manifestam de pequeno desequilíbrio, até que se desencadeie o desequilíbrio maior.
Nesse sentido, vemos cônjuges que transfiguram conforto em pletora de luxo e dinheiro, desfazendo o matrimônio em facilidades loucas, como se afoga uma planta por excesso de adubo, e observamos aqueles outros que o sufocam por abuso de sovinice; notamos os que arrasam a união conjugal em festas sociais permanentes e assinalamos os que a destroem por demasia de solidão; encontramos os campeões da teimosia que acabam com a paz em família, manejando atitudes do contra sistemático, diante de tudo e de todos, e identificamos os que a exterminam pelo silêncio culposo, à frente do mal; surpreendemos os fanáticos da limpeza, principalmente muitas de nossas irmãs, as mulheres, quando se fazem mártires de vassoura e enceradeira, dispostas a arruinar o acordo geral em razão de leve cisco nos móveis, e somos defrontados pelos que primam no vício de enlamear a casa, desprezando a higiene.
Equilíbrio e respeito mútuo são as bases do trabalho de quantos se propõem garantir a felicidade conjugal, de vez que, repitamos, o lar é semelhante ao comboio em que filhos, parentes, tutores e afeiçoados são passageiros.
Alguém perguntará como situaremos o divórcio nestas comparações. Divorciar, a nosso ver, é deixar a locomotiva e seus anexos. Quem responde pela iniciativa da separação decerto que larga todo esse instrumental de serviço à própria sorte e cada consciência é responsável por si. Não ignoramos que o trem caseiro corre nos trilhos da existência terrestre, com autorização e administração das Leis Orgânicas da Providência Divina e, sendo assim, o divórcio, expressando desistência ou abandono de compromisso, é decisão lastimável, conquanto às vezes necessária, com raízes na responsabilidade do esposo ou da esposa que, a rigor, no caso, exercem as funções de chefe e maquinista.
XAVIER, Francisco Cândido. Encontro Marcado. Pelo Espírito Emmanuel. FEB.
* * * Estude Kardec * * *

quinta-feira, 23 de março de 2017

» Capacitação de EvangelizadoresFederação Espírita Brasileira

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Qualidades da prece - O Evangelho Segundo o Espiritismo


Quando orardes, não vos assemelheis aos hipócritas, que, afetadamente, oram de pé nas sinagogas e nos cantos das ruas para serem vistos pelos homens. — Digo-vos, em verdade, que eles já receberam sua recompensa. — Quando quiserdes orar, entrai para o vosso quarto e, fechada a porta, orai a vosso Pai em secreto; e vosso Pai, que vê o que se passa em secreto, vos dará a recompensa.
Não cuideis de pedir muito nas vossas preces, como fazem os pagãos, os quais imaginam que pela multiplicidade das palavras é que serão atendidos. Não vos torneis semelhantes a eles, porque vosso Pai sabe do que é que tendes necessidade, antes que lho peçais. (S. MATEUS, cap. VI, vv., 5 a 8.)
Quando vos aprestardes para orar, se tiverdes qualquer coisa contra alguém, perdoai-lhe, a fim de que vosso Pai, que está nos céus, também vos perdoe os vossos pecados. — Se não perdoardes, vosso Pai, que está nos céus, também não vos perdoará os pecados. (S. MARCOS, cap. XI, vv. 25 e 26.)
Também disse esta parábola a alguns que punham a sua confiança em si mesmos, como sendo justos, e desprezavam os outros: Dois homens subiram ao templo para orar; um era fariseu, publicano o outro. — O fariseu, conservando-se de pé, orava assim, consigo mesmo: Meu Deus, rendo-vos graças por não ser como os outros homens, que são ladrões, injustos e adúlteros, nem mesmo como esse publicano. Jejuo duas vezes na semana; dou o dízimo de tudo o que possuo.
O publicano, ao contrário, conservando-se afastado, não ousava, sequer, erguer os olhos ao céu; mas, batia no peito, dizendo: Meu Deus, tem piedade de mim, que sou um pecador.
Declaro-vos que este voltou para a sua casa, justificado, e o outro não; porquanto, aquele que se eleva será rebaixado e aquele que se humilha será elevado. (S. LUCAS, cap. XVIII, vv. 9 a 14.)
Jesus definiu claramente as qualidades da prece. Quando orardes, diz ele, não vos ponhais em evidência; antes, orai em secreto. Não afeteis orar muito, pois não é pela multiplicidade das palavras que sereis escutados, mas pela sinceridade delas. Antes de orardes, se tiverdes qualquer coisa contra alguém, perdoai-lhe, visto que a prece não pode ser agradável a Deus, se não parte de um coração purificado de todo sentimento contrário à caridade.
Oral, enfim, com humildade, como o publicano, e não com orgulho, como o fariseu. Examinai os vossos defeitos, não as vossas qualidades e, se vos comparardes aos outros, procurai o que há em vós de mau.

(Fonte: O Evangelho segundo o Espiritismo, cap. XXVII, itens 1 a 4.)

quarta-feira, 22 de março de 2017

Dias vividos



De forma convencional, o calendário nos mostra a possibilidade de trezentos e sessenta e cinco dias anuais.
Antes mesmo que o ano inicie, assinalamos, costumeiramente, os feriados, elegemos o período das nossas férias profissionais, as viagens que desejamos realizar, os cursos que pretendemos fazer.
Enfim, idealizamos o que queremos alcançar nesse período.
Transcorrido o lapso temporal, de um modo geral, realizamos uma avaliação, constatando o que conseguimos ou não realizar.
Às vezes, lamentamos por não termos tido êxito em tudo que queríamos, ou por finalizar o ano sem emprego, ou por termos perdido fisicamente alguém a quem muito amávamos.
Ou talvez pela enfermidade que nos chegou, maltratando-nos o corpo ou a alma ou ambos.
Não é raro lamentarmos algo que fizemos mas, especialmente, algo que deixamos de fazer.
Se quem estava ao nosso lado partiu para o Além, habitualmente nos surpreendemos lamentando não ter conversado mais, não termos dedicado mais horas ao seu lado, passeado mais, saído juntos mais vezes, simplesmente para andar, para olhar o poente, colher flores.
Mentalmente, é comum ficarmos enviando mensagens a esses amores que se encontram do outro lado da vida.
E, não é raro nos descobrirmos a considerar que deveríamos ter dito muito mais vezes: Amo você! Você é importante para mim!
Nesse balanço, também podemos nos dar conta de que os dias voaram, simplesmente se foram, como folhas levadas pelo vento, sem que os tenhamos verdadeiramente vivido.
Afinal, trabalhamos tanto, corremos tanto, fizemos tantas coisas. O que, realmente, valeu a pena?
O que valeu como crescimento pessoal? Quantos livros lemos, nesses doze meses? Quantas vezes nos detivemos a olhar para o céu, descobrindo a cara redonda da lua a brilhar, entre as estrelas?
Quantas vezes andamos pelas praças e nos interessamos por parar um pouco e observar o vento desarrumando a cabeleira das árvores?
Quantas vezes, ante um delicado aroma que nos chegou, nos permitimos descobrir de onde vinha e fechamos os olhos para guardar na memória aquele momento que jamais se repetiria, com a mesma intensidade?
Quantas vezes, ante a refeição, admiramos as cores espalhadas no prato e decidimos por comer, bem devagar, verdadeiramente saboreando cada porção?
Quantas vezes sentamos ao lado do filho pequeno e o ficamos observando brincar, no seu faz de conta? Ou vimos com ele pela segunda, terceira, décima vez o mesmo desenho, sentindo verdadeiro prazer em ouvir as risadas dele, seu encantamento com os personagens animados?
E então, se somarmos todas as horas em que realizamos algo que nos fez crescer, que nos alegrou, que nos constituiu uma verdadeira experiência para ser guardada na mente e no coração, quantos dias, de verdade, teremos vivido?
O total dessa somatória nos dirá se nosso ano foi regular, bom, ótimo, excelente. Se realmente o vivemos ou somente fomos passando pelas horas, multiplicando as semanas...
Se descobrirmos que foram muito poucos os dias vividos, comecemos, hoje, a mudar nossa forma de ser.
Comecemos a viver intensamente cada minuto, cada hora. Porque viver é uma experiência inigualável e nenhum minuto volta, nenhuma cena se repete de igual maneira.

Pensemos nisso.

Redação do Momento Espírita.
Em 22.3.2017.

Há duas maneiras de aprender; Pelo amor ou pela dor - Entenda o porque, ...

Mensagem em Vídeo - Homenagem a Divaldo Franco

Mensagem em Vídeo - Homenagem a Divaldo Franco

Indissolubilidade do Casamento

Também os fariseus vieram ter com ele para o tentarem e lhe disseram: Será permitido a um homem despedir sua mulher, por qualquer motivo? Ele respondeu: Não lestes que aquele que criou o homem desde o princípio os criou macho e fêmea e disse: - Por esta razão, o homem deixará seu pai e sua mãe e se ligará à sua mulher e não farão os dois senão uma só carne? - Assim, já não serão duas, mas uma só carne. Não separe, pois, o homem o que Deus juntou.

Mas, por que então, retrucaram eles, ordenava Moisés que o marido desse à sua mulher um escrito de separação e a despedisse? - Jesus respondeu: Foi por causa da dureza do vosso coração que Moisés permitiu despedísseis vossas mulheres; mas, no começo, não foi assim. - Por isso eu vos declaro que aquele que despede sua mulher, a não ser em caso de adultério, e desposa outra, comete adultério; e que aquele que desposa a mulher que outro despediu também comete adultério. (S. MATEUS, cap. XIX, vv. 3 a 9.)
Imutável só há o que vem de Deus. Tudo o que é obra dos homens está sujeito a mudança. As leis da Natureza são as mesmas em todos os tempos e em todos os países. As leis humanas mudam segundo os tempos, os lugares e o progresso da inteligência. No casamento, o que é de ordem divina é a união dos sexos, para que se opere a substituição dos seres que morrem; mas, as condições que regulam essa união são de tal modo humanas, que não há, no inundo inteiro, nem mesmo na cristandade, dois países onde elas sejam absolutamente idênticas, e nenhum onde não hajam, com o tempo, sofrido mudanças. Daí resulta que, em face da lei civil, o que é legítimo num país e em dada época, é adultério noutro país e noutra época, isso pela razão de que a lei civil tem por fim regular os interesses das famílias, interesses que variam segundo os costumes e as necessidades locais. Assim é, por exemplo, que, em certos países, o casamento religioso é o único legítimo; noutros é necessário, além desse, o casamento civil; noutros, finalmente, este último casamento basta.
Mas, na união dos sexos, a par da lei divina material, comum a todos os seres vivos, há outra lei divina, imutável como todas as leis de Deus, exclusivamente moral: a lei de amor. Quis Deus que os seres se unissem não só pelos laços da carne, mas também pelos da alma, a fim de que a afeição mútua dos esposos se lhes transmitisse aos filhos e que fossem dois, e não um somente, a amá-los, a cuidar deles e a fazê-los progredir. Nas condições ordinárias do casamento, a lei de amor é tida em consideração? De modo nenhum. Não se leva em conta a afeição de dois seres que, por sentimentos recíprocos, se atraem um para o outro, visto que, as mais das vezes, essa afeição é rompida. O de que se cogita, não é da satisfação do coração e sim da do orgulho, da vaidade, da cupidez, numa palavra: de todos os interesses materiais. Quando tudo vai pelo melhor consoante esses interesses, diz-se que o casamento é de conveniência e, quando as bolsas estão bem aquinhoadas, diz-se que os esposos igualmente o são e muito felizes hão de ser.
Nem a lei civil, porém, nem os compromissos que ela faz se contraiam podem suprir a lei do amor, se esta não preside à união, resultando, freqüentemente, separarem-se por si mesmos os que à força se uniram; torna-se um perjúrio, se pronunciado como fórmula banal, o juramento feito ao pé do altar. Daí as uniões infelizes, que acabam tornando-se criminosas, dupla desgraça que se evitaria se, ao estabelecerem-se as condições do matrimônio, se não abstraísse da única que o sanciona aos olhos de Deus: a lei de amor. Ao dizer Deus: "Não sereis senão uma só carne", e quando Jesus disse: "Não separeis o que Deus uniu", essas palavras se devem entender com referência à união segundo a lei imutável de Deus e não segundo a lei mutável dos homens.
Será então supérflua a lei civil e dever-se-á volver aos casamentos segundo a Natureza? Não, decerto. A lei civil tem por fim regular as relações sociais e os interesses das famílias, de acordo com as exigências da civilização; por isso, é útil, necessária, mas variável. Deve ser previdente, porque o homem civilizado não pode viver como selvagem; nada, entretanto, nada absolutamente se opõe a que ela seja um corolário da lei de Deus. Os obstáculos ao cumprimento da lei divina promanam dos prejuízos e não da lei civil. Esses prejuízos, se bem ainda vivazes, já perderam muito do seu predomínio no seio dos povos esclarecidos; desaparecerão com o progresso moral que, por fim, abrirá os olhos aos homens para os males sem conto, as faltas, mesmo os crimes que decorrem das uniões contraídas com vistas unicamente nos interesses materiais. Um dia perguntar-se-á o que é mais humano, mais caridoso, mais moral: se encadear um ao outro dois seres que não podem viver juntos, se restituir-lhes a liberdade; se a perspectiva de uma cadeia indissolúvel não aumenta o número de uniões irregulares.
KARDEC, Allan. O Evangelho Segundo o Espiritismo. FEB. Capítulo 22. Itens 1 a 4. Livro eletrônico gratuito em http://www.febnet.org.br.
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